domingo, 28 de novembro de 2010

Acordei e...

Hoje acordei e senti-me fraco, senti-me cansado, custa-me segurar a caneta e escrever, encho-me de uma vontade enorme de partilhar com o papel o que sinto mas o meu braço parece feito de chumbo, esta demasiado pesado para o erguer e tentar escrevinhar uma palavra que seja. Sinto forças contrárias dilacerarem -me, quero ir e ficar, desejo a liberdade e receio perder-me nela. Fico por teimosia, por pura teimosia. Sinto as forças abandonarem me e descubro uma cobardia que não conhecia em mim, cobardia que me faz querer fugir, deixar tudo e todos sem olhar para traz, mais uma vez me divido entre este sentimento e a vontade de olhar, o meu intimo quer agarrar se a algo que me faça querer ficar, que me mostre o caminho. Forço-me a olhar em frente, forço-me a seguir com o que decidi pois sei que se olhar a mais breve miragem do que esta para traz me faria perder essa coragem cobarde de que me armei e, mais uma vez iria ficar. Mas não quero, não posso…


19/11/2010
MBM

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Paredes

Vivendo entre 4 paredes,
O tempo não passa
O sol não nasce.
A vida não existe
Torna-se uma sombra,
Uma imitação.
Ficamos presos no tempo
Não evoluímos.
Pensamos,
Mas não aprendemos.
Escondemo-nos de ideias
Pensamentos.

27/07/2007
Beatriz

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Senti

As suas palavras dilaceravam me o peito como se do toque duro e frio do aço se tratassem, e no entanto o seu silencio fazia me morrer por momentos.
Cada pedido de desculpas era proferido com a mágoa de quem sabe que errou, cada palavra, cada sílaba, cada letra continham uma pequena lágrima oculta. Lágrima pela dor causada, lágrima pela dor sofrida. Cada letra escutada carregava consigo uma marca em brasa que marcava não a pele mas o coração.
O significado de amizade dançava-me na mente como que troçando, dizendo que eu não te merecia.


02/02/2009
MBMarabuto

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Parei

Passamos a vida a tentar, não sabemos bem o que queremos mas tentamos, hoje ao parar para pensar reparei, que toda a vida tentei sem nunca realmente conseguir algo digno de nota. Vivi uma vida sem nunca conseguir nada. Nunca casei, não tenho filhos, perdi a ambição da juventude, perdi tudo o que me era importante. Hoje olho me ao espelho e vejo vestígios do que já fui, vejo um corpo, o meu corpo, derrotado pela única coisa que nunca consegui derrotar, o tempo. Ao longo dos anos contei o tempo para muita coisa, hoje conto o tempo para a morte, hoje sinto o tempo, sinto o meu tempo no mundo terminar. Esgotei as hipóteses. Hoje vejo o que poderia ter feito, por ironia hoje o meu corpo não me permite fazer o que deveria ter feito. Passei a vida a tentar, quando afinal deveria ter feito…

18/11/2010

MBM